Chaves nos dão a possibilidade, de abrir e fechar: portas, gavetas, armários, corações. Chaves podem nos proteger, nos aprisionar, nos esconder e nos libertar. Que chaves decido virar?
“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.”Hermann Hesse
Assim como Harry, o personagem principal de Herman Hesse no livro “o lobo da estepe”, quase todos os dias nos deparamos com inúmeros conflitos internos da nossa individualidade, desde a roupa que queremos usar e a roupa que precisamos vestir, até o modo como queremos viver e do que teremos que abrir mão para viver do jeito que queremos.
Muitas vezes, não temos clareza sobre o que nos incomoda e para enfrentar essas questões internas com serenidade é preciso caminhar em direção ao autoconhecimento.
A arteterapia, através da utilização de diversos recursos artísticos (fotografia, pintura, colagem, etc.), se empenha em proporcionar experiências que desencadeiam um processo perceptivo do que está inconsciente através das formas expressas.
Formas estas que cognitivamente, podem integrar peças que vão se encaixando e criando um caminho de vida sustentável e criativo que pode nos indicar a melhor forma de autorregulação e autonomia na relação com o mundo que nos cerca.
Os processos vivenciados na arteterapia estimulam, despertam e nutrem o processo criativo do indivíduo, confluindo para um mapa de inúmeras possibilidades que expandem sua consciência perceptiva e promove o autoconhecimento.
E autoconhecimento é a chave para saber, no nosso próprio tempo, que portas queremos abrir e que portas queremos fechar; o que queremos guardar e do que queremos nos proteger e nos libertar para viver como desejamos.
