Ontem foi o dia das crianças, aquele dia que a gente sempre para um pouquinho para lembrar da nossa criança interior, a criança que fomos, olhar algumas fotografias, resgatar algumas boas lembranças.
E ai vem aquela reflexão, sobre o que gostávamos quando éramos crianças e ainda gostamos ou o que já não gostamos mais; tentar reconhecer o que dessa criança que fomos ainda nos pertence, ainda nos habita, relembrar quais eram os sonhos daquela criança, as alegrias que ela sentia, os medos, e tantas outras recordações.
Entrar em contato com a nossa criança interior pode trazer a tona algumas boas memórias, sensações e sentimentos e outras nem tão boas assim, que ainda guardamos em nós e que preferíamos que ficassem quietinhas, ali, em baixo do tapete para não olhar e nem lembrar, apesar de fazerem parte da nossa trajetória.
Muitas vezes num processo de autoconhecimento, entramos em contato com essas memórias de infância, que podem ser tanto prazeirosas e alegres quanto conflitantes e até mesmo doloridas, mas que são parte de quem somos.
No processo arteterapêutico podemos usar de inúmeros recursos para entrar em contato com nossa criança interior como: musicas, cheiros, texturas, fotografias, colagens, tintas, brincadeiras, etc; ressignificar muitas experiências e decidir o que queremos continuar carregando “na mochila” durante a nossa trajetória de vida.
Ter a oportunidade de olhar para essas memórias, sensações e sentimentos com o olhar de quem somos hoje pode nos trazer a chance de compreender, ressignificar e até reescrever algumas partes da nossa história por um novo ponto de vista e poder assim caminhar de mãos dadas com a criança que nos habita, cuidando dela, nutrindo e dando espaço para que ela viva em nós e nos contagie com sua curiosidade pelo mundo, alegria e criatividade.
A criança “arteira” que habita em mim, saúda a criança “arteira” que habita em você.